Sunday, March 26, 2006

Os dias continuam cinzentos...

A hora mudou mas os dias não.Esses continuam cinzentos, ja não aguento mais.
Um dia destes, faço como a passarada emigro para terras quentes.
E o pior é que pensei que ja tinha recuperado da minha gripe prolongada e afinal...voltei ao sr. doutor. Que me disse para fugir de fumo e ar condicionado...estou a pensar desde ontem onde é que existe um sitio destes;)Como imaginam, nunca mais saí do meu quarto!He,he
Agora, sou como uma senhorita a moda antiga,quem me quiser ver tem que vir tomar um chazinho cá a casa. Ai, vida!
E em casa é tão dificil passar o tempo..dediquei-me a lêr poesia a noite passada.
Aqui fica um dos que me falaram ao coração.

Mendiga

Na vida nada tenho e nada sou;
Eu ando a mendigar pelas estradas...
No silêncio das noites estreladas
Caminho, sem saber para onde vou!

Tinha o manto do sol... quem mo roubou?!
Quem pisou minhas rosas desfolhadas?!
Quem foi que sobre as ondas revoltadas
A minha taça de oiro espedaçou?

Agora vou andando e mendigando,
Sem que um olhar dos mundos infinitos
Veja passar o verme, rastejando...

Ah! quem me dera ser como os chacais
Uivando os brandos, rouquejando os gritos
Na solidão dos ermos matagais!...

Florbela Espanca

1 Comments:

At 9:21 AM, Anonymous Anonymous said...

Com as palavras de Miguel Torga,eu
contraponho-te:

Não saibas!
Imagina!...
Deixa falar o sonho e devaneia!
A velhice é que sabe
e apenas sabe,
que o mar não cabe,
na poça que a criança
escava na areia.
Sonha!...
Inventa um alfabeto
de frescas ilusões...
Um a-bê-cê secreto
que soletras à margem das lições.
Voa!...
Voa pela janela,
de encontro ao sol que te sorri!
Asas?!...
Não são precisas.
Vais ao colo das brisas
e ao som da fantasia!...

Um beijo orvalhado
do amigo mistério

 

Post a Comment

<< Home